Acredito que um bom líder desenvolve suas habilidades sustentando-se em três pilares: ser líder de si mesmo, ser líder de equipes e ser líder do negócio onde está inserido. Isso é algo que aprendi tanto pela intuição quanto pela teoria e prática.
Ser líder de si mesmo significa aprofundar-se em autoconhecimento, na inteligência emocional e na consciência sobre as responsabilidades do seu papel profissional. Já, liderar equipes, além disso, compreende desenvolver, sobretudo, habilidades de comunicação, e não estou falando aqui de técnicas de oratória ou redação. É preciso comunicar-se de verdade, intra e interpessoalmente, saber que sua mensagem é clara tanto para si quanto para os outros e ter a capacidade de escuta interessada no que seus interlocutores tem a dizer. E completando a tríade, ser líder de negócio significa ter foco no planejamento e execução dos processos sob sua responsabilidade sem perder de vista como eles se conectam com a organização e com a sociedade como um todo. Estes pilares têm sustentado todos os programas de desenvolvimento de lideranças que tenho conduzido ao longo de minha trajetória profissional como coach e facilitadora de grupos de desenvolvimento. Esta experiência possibilitou a observação de que há algo mais, algo que venho observando nas organizações e que na prática parece ser algo desafiador e que faz muita diferença.
Recentemente, lendo o livro Liderando pela Essência de Jaime Moggi, me deparei com ideias muito semelhantes, que ampliam meu entendimento sobre o assunto e confirmam algo que ando intuindo há algum tempo.
Moggi fala de uma dimensão mais complexa, que vai além do liderar a si, equipes e negócio. Mais complexo pois nos convida a deslocar o foco das habilidades de liderança (planejar, executar, delegar, ser autoridade, etc.), “arroz com feijão” dos programas de desenvolvimento de liderança, para algo que é tudo isso ao mesmo tempo e mais: a habilidade de dissolver fronteiras e inspirar!
(Que tal ler também: Coaching Executivo para Desenvolvimento da Liderança)
Costumo observar essa habilidade nos que se colocam à frente do negócio, sempre visionários e capazes de compartilhar e inspirar em todos uma visão comum. De alguma forma esses líderes são capazes de utilizar toda a sua bagagem de conhecimento teórico/técnico/prático como um referencial para ampliação de possibilidades de relacionamento que se, não acabam com as hierarquias rígidas e organogramas quadrados, ao menos abre espaço para questionamentos, ideias, sugestões e inovação. E mais. Longe de buscar clones de si mesmo, esses líderes criam espaços para o exercício da autonomia e da espontaneidade condições básicas para que toda pessoa seja um ser humano pleno e realizado.
E quando um líder sustenta a crença de que só há um caminho para o alcance dos objetivos estratégicos, -“com pessoas!”, valorizando e reconhecendo o papel de cada um, desenvolvendo relações interpessoais e criando sinergia entre os diferentes níveis de responsabilidades, demonstra que este líder conecta pessoas e resultados!
Ivonette da Nova Cardozo (ivonette@cceg.com.br)
Executive Coaching e Mentoring para Liderança pelo Institute of Leadership and Management e Crescere Persona. Membro Certificada da UNAT-Brasil, formação em Análise Transacional. Psicóloga com especialização em Psicologia Organizacional e do Trabalho. MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela FGV. Formação em Coordenação e Desenvolvimento de Grupos pela SBDG – Sociedade Brasileira em Dinâmica de Grupos. Formação em Biográfico Introdutório, com base Antroposófica pela Associação Sagres. Sócia CCeG