O que quer afinal essa nova geração de brasileiros? Será que são, assim como ouvimos (e muito!), descomprometidos, desinteressados ou interesseiros? Longe de ser uma pergunta filosófica ou metafísica, ela nos assoma de maneira bem real todos os dias em nossos trabalhos de consultoria, reuniões informais com clientes, nas conversas com amigos.
Pierre Levy na introdução ao seu livro “Cibercultura” nos coloca a questão sob outra perspectiva:
“Durante uma dessas mesas redondas que têm se multiplicado sobre os “impactos” das novas redes de comunicação, tive a oportunidade de ouvir um cineasta, que se tornou um funcionário europeu, denunciar a ‘barbárie’ encarnada pelos videogames, os mundos virtuais e os fóruns eletrônicos. Respondi-lhe que aquele era um discurso muito estranho vindo de um representando da sétima arte. Pois, ao nascer, o cinema foi desprezado como um meio de embotamento mecânico das massas por quase todos os intelectuais bem-pensantes, assim como pelos porta-vozes oficiais da cultura. Hoje, no entanto, o cinema é reconhecido como uma arte completa, investido de todas as legitimidades culturais possíveis. Parece contudo que o passado não é capaz de nos iluminar. O mesmo fenômeno pelo qual o cinema passou se reproduz hoje com as práticas sociais e artísticas baseadas nas técnicas contemporâneas. Estas são denunciadas como “estrangeiras” (americanas), inumanas, embotantes, desrealizantes etc.
Não quero de forma alguma dar a impressão de que tudo o que feito com as redes digitais seja “bom”. Isso seria tão absurdo quanto supor que todos os filmes sejam excelentes. Peço apenas que permaneçamos abertos, benevolentes, receptivos em relação à novidade.”
Não quero de forma alguma dar a impressão de que tudo o que feito com as redes digitais seja “bom”. Isso seria tão absurdo quanto supor que todos os filmes sejam excelentes. Peço apenas que permaneçamos abertos, benevolentes, receptivos em relação à novidade.”
Jovens descomprometidos? Que tal ouvir com um pouco mais de atenção?
O Sonho Brasileiro, trabalho realizado pela agência gaúcha BOX 1824 especializada em tendências de consumo e comportamento jovem, é um estudo aberto, sem viés de consumo, sem fins lucrativos, que visa ouvir a primeira geração global de brasileiros para entender seus valores, a forma como enxerga o país, os papéis que se propõe a desempenhar nele e os cenários futuros em que se vê atuando. Todos os resultados estão disponíveis em crative commons, ou seja, podem ser consultados e utilizados gratuitamente desde que se cite a fonte.
Olhar para a pesquisa Projeto Sonho Brasileiro nos enche de frescor e entendimento. Aproveitando o convite de Pierre Levy, permaneçamos abertos em relação aos sonhos desses jovens.
Inspire-se!
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Tags: comportamento, geração Y, gestão de pessoas, jovens, pesquisa, pessoas